Um grupo de homens armados atacou uma igreja católica na região de Ondo, no sudoeste da Nigéria, e matou pelo menos 50 fiéis, informaram o governo e a polícia neste domingo (5). As informações são da AFP e do portal de notícias oficial do Vaticano.
O ataque aconteceu durante a missa matinal na igreja católica de São Francisco na localidade de Owo, uma região onde os atentados jihadistas e de grupos criminosos não são comuns.
De acordo com testemunhas, os criminosos invadiram a tiros a missa matinal do templo religioso São Francisco, onde as pessoas estavam reunidas para celebrar o domingo de Pentecostes. Eles ainda fizeram uso de explosivos e levaram um padre e alguns fiéis como reféns.
"Ainda é cedo para dizer quantas pessoas morreram. Mas muitos fiéis perderam suas vidas e outros ficaram feridos", disse à AFP Ibukun Odunlami, porta-voz da polícia na região de Ondo.
Por ora, não se sabe quem foram os responsáveis pelo ataque nem suas motivações.
Há pelo menos 12 anos a Nigéria vem enfrentando uma insurreição jihadista no nordeste do país, enquanto grupos criminosos cometem sequestros envolvendo grandes quantidades de pessoas no noroeste e grupos separatistas operam no sudeste.
O presidente Muhammadu Buhari condenou o ataque, chamando-o de "hediondo". A identidade e o motivo dos invasores não ficaram imediatamente claros.
Funmilayo Ibukun Odunlami, porta-voz da polícia de Ondo, disse que houve um incidente na Igreja Católica de São Francisco em Owo e que a polícia emitirá uma nova declaração em breve.
O país mais populoso da África testemunhou ataques e sequestros para resgate por gangues armadas, principalmente no noroeste. Tais ataques são raros no sudoeste da Nigéria.
O governador de Ondo, Arakunrin Oluwarotimi Akeredolu, interrompeu uma viagem à capital Abuja e retornou a Ondo após o ataque. "Vamos comprometer todos os recursos disponíveis para caçar os responsáveis e fazê-los pagar", disse em comunicado.
Papa expressa condolências
À dor geral, "enquanto os detalhes do incidente estão sendo esclarecidos", se uniu também o Papa, como foi informado pelo Sala de Imprensa da Santa Sé. "O Papa Francisco reza pelas vítimas e pelo país, dolorosamente atingido num momento de festa, e confia ambos ao Senhor, para que envie o Seu Espírito para que os console", refere o porta-voz Matteo Bruni.
Os médicos locais, citados por agências internacionais, relatam que muitos chegaram ao hospital já sem vida. Os apelos à doação de sangue também circulam nestas horas, especialmente através das redes sociais.
No choque geral, o temor é "que haja muitos mais mortos, muitos mais feridos, e que a Igreja tenha sido violada", disse o padre Augustine Ikwu, diretor das comunicações sociais da diocese, numa declaração, negando as notícias que circularam nos primeiros minutos do sequestro de alguns fiéis, incluindo o pároco. Os padres estão a salvo", explicou, "e o bispo da diocese também está com eles neste momento difícil". É precisamente o bispo que pede neste momento de terror "para manter a calma, respeitar a lei, e de rezar pelo retorno da paz e da normalidade" na comunidade e em todo o país.