A maioria das cidades brasileiras, incluindo Corupá, está enfrentando uma crise de abastecimento de alguns medicamentos que compõem a atenção básica à saúde e são distribuídos gratuitamente à população, como antibióticos, anti-inflamatórios.

O problema, tem preocupado o secretário de saúde e assistência, Felipe Rafaeli Rodrigues, uma vez que apesar do desejo em atender à comunidade e dispor dos recursos para a compra, os fornecedores não têm os medicamentos para entregar. “É uma situação que nos deixa angustiado porque os empenhos estão prontos, fazemos os pedidos, mas algumas empresas vencedoras do certame até desistiram, porque não encontram formas de atender”, observou.

Leia Klitzke, responsável pela farmácia básica do município e pelas compras dos medicamentos confirma a situação. De acordo com ela, o cenário não atinge somente o setor público, mas a iniciativa privada também. “Nas farmácias particulares e até em hospitais, há falta desses medicamentos, inclusive, os hospitais estão com dificuldades para adquirir vários produtos, como o soro fisiológico, injetáveis e contrastes para exames de imagens.

Eu trabalho aqui há 18 anos e nunca vi uma situação de desabastecimento como essa”, desabafou. Ela revela que a farmácia básica atende mais de 100 pessoas por dia e, distribui em média de 1 milhão e 400 mil unidades a cada seis meses, num investimento aproximado de R$ 180 mil.

Para se ter uma ideia, no último período foram mais de 44 mil compridos de Amitriptilina 25 mg (antidepressivo), 95 mil de Enalapril (medicamento para pressão alta e coração) e 54 mil de Fluoxetina (depressão e ansiedade), além de diversos outros medicamentos. 

As compras dos medicamentos de Corupá e dos municípios do norte de Santa Catarina, são realizadas através do consórcio CisNordeste. Semana que vem, haverá uma nova tentativa de aquisição. “Esperamos conseguir adquirir pelo menos um pouco do montante que precisamos”, comentou Felipe.

Farmácias populares

Muitos não sabem, mas as farmácias populares credenciadas pelo governo federal dispõem de uma lista de medicamentos que podem ser retirados GRATUITAMENTE pela população, quando não, com descontos que alcançam a 90%; um dos exemplos, é o medicamento para controle do colesterol.

Diante disso, a orientação do Secretário de Saúde de Corupá é para que as pessoas recorram a estes estabelecimentos. “O Ministério da Saúde investe milhões para esta distribuição e muitas vezes o cidadão que precisa não vai retirá-los.

Assim, o município poderá focar nos medicamentos mais caros e que não são encontrados nas farmácias convencionais”, disse.

Em Corupá, as farmácias populares são: Farmagnus, Lorenzi e Mais Vale (Antiga Essência Plena).