Foto: Arquivo Pessoal
Desde a última terça-feira, dia 28 de fevereiro, cerca de 20 catarinenses foram libertados do presídio da Papuda, em Brasília.
Os manifestantes haviam sido presos no dia 8 de janeiro, quando houve a invasão aos três Poderes da República.
Segundo a advogada Tanieli Telles de Camargo Padoan, dos 20 catarinenses soltos recentemente, um é morador de Jaraguá do Sul - ele foi libertado no dia 3 de março. Dentre os demais, a maioria vive em Joinville.
"Todos estão usando tornozeleira eletrônica, mesmo com manifestação do Ministério Público Federal (MPF) e Procuradoria-Geral de República (PGR) não incluindo a cautelar de uso de tornozeleira", afirma a advogada.
Tanieli explica que contra os catarinenses pesam dois tipos de acusação. De acordo com ela, ambas são genéricas e iguais para todos.
A primeira é para o grupo que estava em frente ao Quartel General do Exército, que responde por organização criminosa e incitação ao crime.
Já o segundo grupo, que foi preso na Praça dos Três Poderes, é acusado de uma gama maior de crimes.
A denúncia do Ministério Público Federal cita, entre outras acusações, associação criminosa armada, golpe de Estado e dano ao patrimônio da União.
De acordo com a advogada, alguns dos presos chegaram a emagrecer 15 quilos no que ela considera como "a maior prisão política das últimas décadas".
"Presenciei os horrores desses presídios, as violações de diretos humanos, violações de direitos e garantias constitucionais, o desespero de famílias inteiras presas, além de pessoas idosas e pessoas doentes sem remédios de uso contínuo", disse a advogada.
Ainda conforme Tanieli, nos próximos dias, outros dois moradores de Jaraguá do Sul também deverão ser libertados da Papuda.