“Não vote no Nininho, ou no Felipe. Vote no projeto. Um projeto é mais forte do que uma pessoa.”
Publicado em 17/02/2025 05:20
Política

“Não vote no Nininho, ou no Felipe. Vote no projeto. Um projeto é mais forte do que uma pessoa.”

Eddy Edgard Eipper, prefeito de Corupá-SC

Corupaense “da gema”, próximo de completar 71 anos, o empresário Eddy Edgard Eipper(Novo),

ex-vereador, ex-presidente da Câmara Municipal, e atual prefeito de Corupá-SC, recebeu a nossa

reportagem para ir além do contido em seu Plano de Governo; explicar seus motivos para deixar o

PSDB e ingressar no NOVO, abandonar seu projeto de aposentadoria, e aceitar o desafio de tentar

recolocar o município no caminho do desenvolvimento.

Confira:

JDC - Quais motivos pesaram na sua decisão de concorrer ao pleito de 2024?

Eddy Edgard Eipper - Já possuo história na política de Corupá, e digo que perder a eleição para a

prefeitura, em 2016 foi uma das melhores coisas que poderia ter me acontecido. Se eleito, eu agiria e

tomaria decisões, sem ter o conhecimento exato; eu seria mais um fazendo a mesma coisa. Desde então

eu me afastei da política, mas não ignorei Corupá, Santa Catarina e o Brasil. Sou de direita, mas entendo

que não devemos endeusar uma pessoa. Continuo sendo de direita por acreditar que o enxugamento da

estrutura, além de ser mais barata, permite a sobra de recursos que possa ser investido na melhoria da

qualidade de vida da população. Eu realmente acredito que essa é uma receita que pode salvar nosso

País, diferentemente da esquerda que, usando o discurso de "pai de todos", cria uma estrutura inchada

e onerosa, que acaba penalizando o povo.

Decidi concorrer quando, após uma conversa com meus familiares, entendi a necessidade de ser e fazer

diferente dos últimos 28 anos, de Corupá. Comparando Corupá com os demais municípios da região, é

visível que ficamos para trás. Será trabalhoso, mas, com a ajuda da população, mudaremos essa

situação.

Jornal de Corupá – Quando o senhor teve conhecimento da real situação do município e da

prefeitura? Já conseguiu ver essa realidade?

Eddy Edgard Eipper – Tivemos uma visão superficial, antes das eleições, e sabíamos que teríamos

muitos problemas a resolver.

Verdade seja dita, após a nossa vitória, fomos muito bem recebidos pela administração anterior que nos

permitiu acesso às informações e aos funcionários, possibilitando uma transição tranquila. Desde o dia

9 de outubro de 2024, começamos a conhecer a realidade que nos aguardava. Encontramos um setor de

RH com dois funcionários cuidando de 700, e isso talvez explique a elevada quantidade de precatórios.

Máquinas, veículos e equipamentos parados no pátio, e prestes a serem leiloados. Um fato que nos

chamou a atenção foi a classificação de Corupá que, entre os 5.570 municípios brasileiros, atualmente

ocupa a 5.099ª posição, no índice que mede a qualidade de vida e igualdade social. Nosso município já

esteve na 700ª posição. É necessário explicar que o principal motivo que nos levou a essa queda foi a

falta de informação, e o reflexo é que esse número atingiu negativamente a nossa capacidade de

endividamento. Não temos acesso a crédito. Um dos nossos principais objetivos é prestar as

informações, permitindo uma avaliação mais justa de nosso município.

Jornal de Corupá – Por histórico, o País só volta ao trabalho após o carnaval, que neste ano será

no dia 04 de março. Como isso tem sido tratado por uma administração que precisa correr contra

o tempo?

Eddy Edgard Eipper – Como eu disse, começamos a trabalhar no dia 09 de outubro do ano passado

e, uma de nossas frentes, foi conversar com as pessoas para conhecê-las e, também, seu trabalho e

rotinas. Isso nos permitiu definir quem continuaria a fazer o que. Os ocupantes de cargos em comissão

foram exonerados até o dia 31 de dezembro e no dia 02/01, após o processo seletivo do NOVO,

começamos a apresentar as pessoas que teriam a incumbência de, junto conosco, mudar a história de

Corupá. Devemos destacar que a administração pública não parou. Verdade que alguns problemas

pontuais aconteceram, como a coleta do lixo, mas este e outros problemas já estão destacados para não

voltarem a acontecer.

Jornal de Corupá – Tem muito por fazer. Já definiu um “norte”?

Eddy Edgard Eipper – Estamos ajustando a estrutura com a qual trabalharemos, equalizando com as

situações. Temos diversas prioridades que não podem esperar, como os R$ 7 milhões em precatórios

que nos obrigou a pedir ao Ministério Público o parcelamento do pagamento pois o município não

possui condições de pagamento. Hoje temos apenas R$ 2 milhões disponíveis para investimento, se não

atuarmos com sabedoria, o município para. Felizmente, temos algumas ações bem-sucedidas, como a

compra do material escolar onde conseguimos uma economia aproximada de R$ 530.mil. Cortamos

algumas despesas mensais desnecessárias. Gradativamente vamos conseguindo mostrar o jeito NOVO

de administrar.

Jornal de Corupá – O senhor encontrou um município com obras paradas por falta de

pagamento; obras com qualidade duvidosa; e obras que deverão ser refeitas. Como o senhor vê

esta situação?

Eddy Edgard Eipper – São muitas situações e, a medida em que as identificamos, reunimos técnicos

para nos permitir encontrar a melhor solução. Temos o problema da impossibilidade de compra, pelo

município; a Ponte do Trabalhador, a obra da Jorge Lacerda e Getúlio Vargas, dentre outras, que

deverão receber a estrutura para saneamento. Era comum a execução das obras sem planejamento.

Nossa intenção não é promover uma “caça às Bruxas”, mas, se houve erro, alguém deverá ser

responsabilizado.

Jornal de Corupá – A área aos fundos da prefeitura é um verdadeiro cemitério de máquinas,

equipamentos e veículos. Qual será a ação?

Eddy Edgard Eipper – Acompanhados por mecânicos de oficinas autorizadas, nós estivemos

verificando a situação de cada um. Alguns com falta de óleo, ou de água. Máquinas que foram

encaminhadas para oficinas que venceram o edital, mas não possuem condição de prestar o serviço de

reparo. Tudo isso está sendo visto e diversas destas máquinas estarão voltando ao serviço ainda neste

mês. Como eu disse, não faremos uma caça às Bruxas, mas precisamos descobrir quem autorizou parar

o uso dos totens dos rastreadores dos veículos, e qual o motivo. Precisamos virar a página desse livro

de irresponsabilidades.

Jornal de Corupá – Temos acompanhado esse início de trabalho, e observamos que algumas

secretarias mantêm estrutura própria para execução de serviços, por exemplo, de limpeza e

varrição

Eddy Edgard Eipper – Assumimos a prefeitura com 7 secretarias, e inicialmente reduziremos para 6.

A Águas de Corupá possuía 1 diretor e 1 funcionário, e alguns servidores terceirizados. Há negociações

com a SAMAE para que a Águas de Corupá forneça água para o bairro Nereu Ramos, obviamente sendo

remunerada. Com menos de 30 dias à frente do Executivo, ainda estamos colocando as peças no

tabuleiro; não podemos atropelar as ações e incorrer em erros. Neste momento precisamos que a

população tenha mais um pouco de paciência, e nos ajude a fazer o certo.

Jornal de Corupá – Além dos problemas locais, o senhor assumiu o Executivo enfrentando as

incertezas dos governos estadual e federal. Qual a receita?

Eddy Edgard Eipper – Não são problemas pequenos, mas sempre existiram. Não existe uma receita

pronta, mas conhecemos, e possuímos, alguns ingredientes que não podem faltar: trabalho, seriedade,

comprometimento, honestidade, e a parceria com a população e o Legislativo.

Jornal de Corupá – Como é a sua relação com o vice-prefeito Felipe Rafaelli Rodrigues(PSDB), e

o seu ex-partido?

Eddy Edgard Eipper – Antes de definirmos nossos nomes como uma chapa que concorreria ao

Executivo, nos reunimos e conversamos muito. Nessas conversas foram surgindo as similaridades de

intenções, e elaborado nosso Plano de Governo. O Felipe poderia ser um vice apenas no título do cargo,

e voltar a lecionar, mas decidimos trabalhar em conjunto, ombro-a-ombro. As questões são discutidas

e as decisões tomadas em conjunto; ele é técnico, e suas opiniões são práticas e objetivas, visando,

sempre que possível, o melhor para o corupaense. Sobre o PSDB, mantemos uma relação harmônica,

com respeito mútuo. Sobre a minha entrada no NOVO, foi apenas questão de afinidade ideológica. 

 

Fonte:Corupá Fm Notícias

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