“Não aceito”: Ex-ministra da Saúde Nísia Trindade denuncia ataques misóginos em sua gestão
Por Administrador
Publicado em 10/03/2025 20:17
Política

Nísia Trindade, agora ex-ministra da Saúde, disse nessa segunda-feira (10) que sofreu uma campanha sistemática de ataques misóginos durante o período em que foi ministra. A fala ocorreu durante a posse do novo ministro, Alexandre Padilha, em cerimônia no Palácio do Planalto.

 

 

 

— Não posso esquecer que, durante os 25 meses em que fui ministra, uma campanha sistemática e misógina ocorreu para desvalorizar meu trabalho, minha capacidade e minha idoneidade. Não é possível e não aceito como natural comportamento político dessa natureza — afirmou Nísia.

 

O evento realizado nesta segunda-feira oficializou ainda a nomeação de Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), cargo que era ocupado por Padilha antes da reforma ministerial. Nísia falou também sobre a necessidade de mudanças na condução da política.

 

— Podemos e devemos construir uma nova política baseada efetivamente no respeito e no diálogo em torno de propostas para melhorar a vida da população — declarou.

 

Demissão de Nísia Trindade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comunicou a demissão de Nísia Trindade no final de fevereiro, como parte de uma reforma ministerial que pretende ampliar a base do governo no Congresso Nacional.

 

A escolha de Nísia para ocupar o cargo de ministra da Saúde por Lula veio como um aceno à comunidade científica e em oposição ao negacionismo do governo Jair Bolsonaro, já que ela possui formação acadêmica na área e presidiu a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entre 2017 e 2022.

 

Porém, dificuldades na articulação política com parlamentares marcaram sua gestão e teriam sido decisivas para a sua saída. Houve pressões por liberação de recursos e emendas, já que o Ministério da Saúde tem o maior orçamento da Esplanada.

 

A escolha por Alexandre Padilha, que já ocupou o cargo no governo Dilma Rousseff, demonstra a pretensão de Lula de nomear ministros com maior capacidade de articulação no Congresso.

 

Fonte:Nsc

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