Empresário e outro suspeito de matar morador de rua para simular assassinato em SC viram réus
Por Administrador
Publicado em 16/03/2025 06:01
Segurança

Suspeitos de matarem e queimarem uma pessoa em situação de rua em São Cristóvão do Sul, na Serra Catarinense, devem responder por homicídio triplamente qualificado, destruição de cadáver e fraude processual. Um dos suspeitos, o empresário Edilson Peter, de 41 anos, queria forjar a própria morte.

 

 

 

Os dois homens foram presos preventivamente no dia 28 de fevereiro e devem ser julgados e condenados pelo Tribunal do Júri.  

 

A denúncia foi feita pelo promotor de Justiça Renato Maia de Faria, da 3ª Promotoria da Comarca de Curitibanos, com base em provas coletadas pela Polícia Civil.

 

Como tudo aconteceu

Segundo investigações, o empresário Edilson Peter, de 41 anos, queria forjar a própria morte e contou com a ajuda de seu cúmplice , de 38 anos, para atrair a vítima, matá-la e incendiá-la dentro da própria caminhonete.   

 

O corpo foi encontrado no dia 15 de fevereiro, no interior de um veículo, às margens da BR-470. No início, as autoridade pensaram que a vítima era Edilson, que estava desaparecido havia dois dias.

 

Entretanto, as investigações tomaram um novo rumo e, vendo que o plano não funcionaria, Edilson teria simulado uma sessão de tortura contra si mesmo, gravada para “provar” o caso.

 

Ele amputou parte do próprio dedo e arrancou dois dentes na simulação do sequestro.

 

Supostos sequestradores chegaram a fazer contato com familiares e com jornalistas locais, enviando imagens da simulação de tortura. Nos vídeos, Edilson aparece tendo o dedo amputado.

 

Na mesma noite da divulgação dos vídeos, uma garrafa com o dedo, além de dois dentes, foi arremessada contra a casa da namorada do empresário.

 

Polícia descobriu que tudo era forjado

Com a divulgação dos vídeos, a Polícia Civil confirmou que o corpo na caminhonete não era do empresário. Com isso, agentes da Divisão de Investigação Criminal (DIC) passaram a buscar desaparecidos na região e concluíram que o corpo era, na verdade, de Vanderlei Weschenfelder, de 59 anos.

 

A polícia também identificou a unidade de saúde em que o empresário buscou atendimento para suturar o dedo amputado. O homem foi reconhecido por testemunhas do local.

 

Julgamento deve acontecer

Ainda segundo a denúncia do promotor de Justiça Renato Maia de Faria, a ousadia e a criatividade “atingiram um patamar alarmante quando, de forma voluntária e premeditada, o dono da caminhonete permitiu que um dedo de sua mão esquerda fosse amputado para simular que teria sido sequestrado e torturado antes de morrer, criando, assim, um enredo artificial para confundir as autoridades e afastar qualquer suspeita sobre sua real participação nos fatos”. 

 

O promotor de Justiça ainda comentou a brutalidade do crime. “Trata-se de um crime cruel, marcado por requintes de frieza e planejamento detalhado. Os denunciados não apenas tiraram a vida de uma pessoa vulnerável, como também tentaram enganar as autoridades para se safarem. O Ministério Público de Santa Catarina está empenhado em garantir que eles não fiquem impunes”.  

 

Segundo informações divulgadas pelo o Ministério Público de Santa Catarina, as “três qualificadoras citadas na denúncia são o motivo torpe, o meio insidioso e o recurso que dificultou a defesa da vítima. Essas circunstâncias podem agravar as penas caso os réus venham a ser condenados pelo Tribunal do Júri.” 

 

Fonte:NSC

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