Mudança na tributação de investimentos vai atingir milhões de investidores de renda fixa
Por Administrador
Publicado em 11/06/2025 19:04
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Foto: Divulgação/Agencia Senado

A proposta do governo federal de taxar aplicações antes isentas do Imposto de Renda deve afetar diretamente 6,48 milhões de contas. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (9) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que justificou a medida como uma forma de corrigir distorções no sistema tributário.

A nova alíquota de 5% incidirá sobre investimentos como LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e debêntures incentivadas — todos atualmente isentos de tributação.

Apesar de Haddad afirmar que a mudança impactará principalmente os mais ricos, dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) mostram que a maioria das contas — cerca de 63,7% — são de investidores classificados como "tradicionais", enquanto 36,3% pertencem às faixas de "alta renda" ou "private".

Os investidores de perfil tradicional detêm um estoque de aproximadamente R$ 361 bilhões, o equivalente a 29,2% do total aplicado nesses produtos. Já os clientes de alta renda somam R$ 387 bilhões, e os da categoria private — que possuem mais de R$ 5 milhões aplicados — concentram R$ 485 bilhões.

Ao todo, o volume aplicado nessas modalidades de investimento ultrapassa R$ 1,2 trilhão, segundo a Anbima. Para o governo, a nova cobrança busca reduzir a diferença tributária entre os tipos de renda fixa e garantir maior equilíbrio fiscal.

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