A bordo estavam 230 passageiros — entre eles, 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense — além de 12 tripulantes. Apenas um passageiro sobreviveu à queda: o britânico Vishwash Kumar Ramesh, de 37 anos, que estava no assento 11A. Segundo seu depoimento, trinta segundos após a decolagem, houve um ruído forte e a aeronave caiu abruptamente, provocando uma explosão.

A tragédia se agravou pelo fato de o avião ter atingido um conjunto habitacional, aumentando o número de vítimas. O governo indiano informou que a contagem oficial dos mortos só será divulgada após a finalização dos testes de DNA nos restos mortais. A aeronave, modelo Boeing 787 Dreamliner, é considerada moderna e até então nunca havia registrado um acidente deste tipo.

Além dos passageiros, ao menos 50 estudantes de Medicina que estavam no local foram hospitalizados, com alguns em estado grave e outros ainda desaparecidos. A representante política local Darshna Vaghela afirmou que diversos médicos residiam nos prédios atingidos e que muitos foram resgatados pelos próprios vizinhos e socorristas.

Especialistas apontam que problemas técnicos durante a decolagem podem ter causado o acidente. Um vídeo mostra o avião em queda com os trens de pouso ainda abaixados e flaps recolhidos — o que é incomum em uma decolagem e pode indicar erro humano ou falha mecânica. No entanto, os investigadores aguardam a recuperação das caixas-pretas para esclarecer as causas exatas.

 

 

 

Líderes mundiais manifestaram pesar pela tragédia. O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, chamou as imagens do acidente de “devastadoras”. Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, declarou estar “em contato com as autoridades” para acompanhar os trabalhos. Representantes de Portugal, Canadá e da própria Air India também emitiram notas de solidariedade.

O presidente da Boeing, Kelly Ortberg, afirmou que a fabricante americana prestará total apoio às investigações conduzidas pelo governo indiano e à Air India. O acidente representa um duro golpe à imagem da empresa, que recentemente comemorava os 30 milhões de horas de voo da frota 787 em mais de 5 milhões de viagens.

A queda do voo 171 poderá se tornar o acidente aéreo mais fatal da última década, superando os 257 mortos em um acidente militar na Argélia, em 2018.