O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu nesta sexta-feira (13) a anulação do acordo de delação premiada firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid. A solicitação foi feita publicamente após a divulgação de supostas mensagens atribuídas ao ex-ajudante de ordens que, se confirmadas, contradizem o que ele declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo as informações, Cid teria utilizado um perfil falso (@gabrielar702) em uma rede social para trocar mensagens com aliados de Bolsonaro entre janeiro e março de 2024, cinco meses após firmar o acordo de colaboração. Nas conversas, ele teria expressado descrença no processo, críticas ao ministro Alexandre de Moraes e afirmado que o STF já teria uma sentença decidida.

As mensagens apontam que Cid compartilhava versões diferentes dos fatos com interlocutores do ex-presidente, ao mesmo tempo em que colaborava com a Polícia Federal. Caso fique comprovado que mentiu ao STF ou violou as regras do acordo, a delação poderá ser anulada, o que o colocaria novamente na condição de réu, podendo enfrentar até 40 anos de prisão.

A defesa de Bolsonaro já havia solicitado a anulação do acordo em março, alegando contradições nas declarações prestadas por Cid. A delação é peça central nos inquéritos que investigam uma suposta trama para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.