Brasil e China formalizam projeto de ferrovia interoceânica entre Atlântico e Pacífico
Por Administrador
Publicado em 07/07/2025 20:00
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Foto: Nando cunha/Wikimedia

O governo brasileiro oficializou nesta segunda-feira (7) um acordo com a China para o desenvolvimento de uma megaferrovia que pretende ligar o Oceano Atlântico, no litoral da Bahia, ao Oceano Pacífico, no litoral do Peru. A iniciativa é considerada estratégica para ampliar a integração sul-americana e impulsionar as exportações brasileiras para o mercado asiático.

O projeto prevê a construção de uma ferrovia com cerca de 4.500 quilômetros de extensão, iniciando no porto de Ilhéus (BA) e atravessando sete estados brasileiros até alcançar a fronteira com o Peru, de onde seguirá rumo ao porto de Chancay, no litoral pacífico.

Além de facilitar a logística de transporte, a nova ferrovia tem como objetivo reduzir o tempo de escoamento de produtos brasileiros em até 12 dias, eliminando a dependência de rotas marítimas pelo Canal do Panamá. A expectativa é de que a obra beneficie especialmente o setor agrícola e mineral, com destaque para a soja e o minério de ferro.

O memorando de entendimento assinado pelos dois países estabelece uma fase inicial de estudos técnicos, ambientais e econômicos. A estimativa é de que essa etapa dure pelo menos cinco anos, podendo ser prorrogada. Ainda não há um valor total definido para o investimento, mas o projeto é considerado um dos maiores da história recente em infraestrutura na América do Sul.

A ferrovia deverá aproveitar trechos já em construção no Brasil, como a Fiol e a Fico, e será conectada a uma estrutura já operada por empresas chinesas no litoral peruano. O plano é considerado prioritário para ampliar a presença brasileira nos fluxos comerciais transoceânicos e fortalecer a parceria com o governo chinês.

Além dos desafios técnicos e ambientais, o projeto exigirá articulação entre os governos do Brasil, do Peru e da China, além da mobilização de recursos financeiros e apoio político. O governo brasileiro avalia que, se concretizado, o corredor ferroviário poderá reposicionar o país como uma potência logística no hemisfério sul.

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