A partir desta sexta-feira (22), a conta de luz dos catarinenses ficará mais cara. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste médio de 13,53% nas tarifas da Celesc, que atende mais de três milhões de consumidores no estado.
O impacto será sentido principalmente pelas famílias, que terão aumento de 12,3% na tarifa residencial. Para pequenos comércios e áreas rurais, a elevação será de 12,41%, enquanto as grandes indústrias enfrentarão alta de 15,8%. Na prática, uma família que hoje paga 200 reais por mês passará a desembolsar cerca de 224 reais.
Segundo a Celesc, o principal fator para o reajuste foi o crescimento de 36% na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um fundo federal que financia programas como descontos da tarifa social para famílias de baixa renda, o Luz para Todos, subsídios a regiões isoladas e incentivos a fontes renováveis. Sem esse aumento da CDE, a correção tarifária em Santa Catarina teria ficado em 5,67%.
A composição da fatura mostra que a maior parte do valor não fica com a Celesc. Hoje, de cada 100 reais pagos pelo consumidor, apenas 15,80 reais permanecem na concessionária para custear operação e investimentos. O restante é repassado para o governo federal e empresas do setor elétrico.
O reajuste gerou repercussão política. A deputada federal Ana Paula Lima (PT), vice-líder do governo Lula, afirmou nas redes sociais que “enquanto o presidente Lula isenta 60 milhões de brasileiros da conta de luz, o governador Jorginho Mello vai aumentar em 13% a tarifa em Santa Catarina”.
Aliados do governador, por outro lado, destacaram que o estado não tem poder de decisão sobre o tema, já que o reajuste é definido e homologado pela Aneel, em Brasília. Também ressaltaram que o encargo que mais pesou no cálculo foi justamente a CDE, vinculada ao governo federal.
Com o aumento 2,3 vezes maior que a inflação acumulada em 12 meses, o maior impacto recairá sobre as famílias e pequenos negócios. No meio da disputa de narrativas entre lideranças estaduais e federais, a realidade é que a conta de luz sobe, e o peso fica para o consumidor catarinense.