A coligação “José Boiteux: Juntos Podemos Crescer!”, formada por MDB, Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) e Federação PSDB Cidadania (PSDB/Cidadania), foi alvo de um escândalo eleitoral no Alto Vale do Itajaí. A Justiça Eleitoral determinou a cassação dos diplomas do prefeito Geovani Lunelli (MDB), do vice-prefeito Emerson Genezio Dell Agnollo (MDB) e da suplente de vereadora Carla Lunelli Braatz (MDB), por compra de votos e abuso de poder econômico nas eleições de 2024.
A decisão foi proferida pela 14ª Zona Eleitoral de Ibirama, em Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo Ministério Público Eleitoral. As provas apontaram uso de cestas básicas e dinheiro em troca de apoio político, especialmente junto a comunidades indígenas da região.
Segundo a investigação, o Supermercado Lunelli, da família dos investigados, foi usado para armazenar e distribuir os mantimentos durante o período eleitoral. Um cacique chegou a confirmar que recebeu proposta de R$ 10 mil em dinheiro para apoiar a candidatura.
Penalidades aplicadas:
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Geovani Lunelli (MDB) – prefeito cassado, inelegível por 8 anos, multa de R$ 20 mil
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Emerson Genezio Dell Agnollo (MDB) – vice-prefeito cassado (sem condenação pessoal)
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Carla Lunelli Braatz (MDB) – suplente de vereadora cassada, inelegível, multa de R$ 20 mil
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Jonas da Cunha – inelegível, multa de R$ 10 mil
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Caio Pereira Lunelli – inelegível
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Dyego Pripá Pereira – inelegível
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Rosiméri Pereira Lunelli – absolvida por falta de provas
O juiz Jean Everton da Costa destacou que, embora o vice não tenha participado diretamente das irregularidades, foi cassado por integrar a mesma chapa beneficiada, conforme prevê a legislação eleitoral.
A decisão ainda pode ser contestada em instâncias superiores. Caso seja mantida, o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) deverá convocar novas eleições diretas para prefeito e vice em José Boiteux.
A ação tramita sob o número 0600750-93.2024.6.24.0014.