Durante a busca e apreensão feita 13ª Vara Federal de Curitiba pela Polícia Federal (PF), foi encontrado um despacho judicial que constata que Moro grampeou de maneira ilegal autoridades que não estavam ao seu alcance como magistrado, em 2005. As revelações foram feitas nesta quarta-feira (17) pela jornalista Daniela Lima, colunista do UOL.
Moro exercia o cargo de Juiz em Curitiba (PR) e coagia delatores a gravarem registros incriminatorios, segundo as informações recentemente divulgadas.
As gravações descobertas pela PF registravam conversas de desembargadores e políticos que só poderiam ser investigados caso houvesse autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), já que havia autoridades possuiam foro privilegiado.
Uma das figuras investigadas ilegalmente por Moro foi o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), Heinz Herwig. Os registros chegaram até a jornalista da UOL, Daniela Lima que acessou um grampo de mais de 40 minutos de fala de Herwig.
Também foram encontrados na apreensão o despacho judicial com a ordem de monitoramento vinda de Moro, relatórios de inteligência e transcrições de escutas de desembargadores e políticos. A busca e aprensão foram realizadas posteriormente à autorização do ministro do STF, Dias Toffoli, que averigua denúncias de que delatores teriam sido usados para monitorar autoridades ilegalmente.
Papel de Tony Garcia
O ex-deputado estadual Tony Garcia informou à PF que entre 2004 e 2005 atuou por ordem de Moro realizando gravações telefônicas e ambientais, também admitiu ter usar cameras escondidas em seu escritório. Além disso, um policial federal foi designado para auxiliar o ex-deputado em suas atividades como delator.
Garcia, que na época usufruia de um acordo de delação premiada, foi uma das primeiras autoridades a denunciar o esquema de Moro para a PF, que aprendeu os documentos ainda não haviam sido enviados para o STF depois da saída de Moro do magistrado.
Moro nega acusações
O atual senador no Paraná nega que tenha feito gravações ilegais e decalarou por meio de sua assesoria que a inestigação do STF se baseia em “relatos fantasiosos do criminoso condenado Tony Garcia”. Moro argumentou que não pode comentar o material, uma vez que não possui acesso aos autos do processo.
Fonte:SCC10