O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira (27) que salvou o aiatolá Ali Khamenei de um atentado e afirmou que poderá autorizar novos ataques ao Irã caso o país retome avanços em seu programa nuclear. As declarações foram feitas por meio da rede Truth Social, plataforma utilizada por Trump para se comunicar com seus apoiadores.
Em tom exaltado, Trump acusou Khamenei de ingratidão e garantiu que sabia exatamente onde o líder iraniano estava refugiado, mas decidiu poupá-lo. "EU O SALVEI DE UMA MORTE MUITO HORRÍVEL E VERGONHOSA", escreveu. Segundo ele, o Irã teria sido “brutalmente derrotado” nos recentes bombardeios conduzidos por Israel e pelos Estados Unidos.
Trump revelou ainda que trabalhava, nos últimos dias, na possibilidade de suspender sanções contra o Irã, mas que desistiu da ideia após declarações de repúdio vindas de Teerã. “Em vez disso, recebi uma declaração de ira, ódio e repulsa, e imediatamente abandonei todo o trabalho sobre o alívio das sanções”, afirmou.
O republicano também criticou duramente o aiatolá, que minimizou os danos causados pelas ofensivas americanas e israelenses e disse que os EUA “levaram uma surra”. Trump classificou a fala como mentirosa e afirmou que, como “homem de fé”, Khamenei “não deveria mentir”.
A tensão entre os dois países voltou a crescer nos últimos dias, após uma breve trégua no conflito entre Irã e Israel, encerrado na terça-feira (25). Nesta sexta, o Irã rejeitou o pedido do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, para visitar as instalações atingidas por bombardeios, alegando “más intenções” do diplomata argentino.
Ainda na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, disse que o mundo precisa impedir que o Irã desenvolva uma bomba nuclear, ressaltando que “Israel agiu no último momento possível contra uma ameaça iminente”.
Trump, por sua vez, reafirmou que irá considerar novos ataques caso haja indícios de que Teerã esteja enriquecendo urânio com fins bélicos. "Claro. Sem dúvida. Absolutamente", respondeu, ao ser questionado por jornalistas.
Enquanto o cessar-fogo permanece frágil, as declarações acentuam o clima de instabilidade na região e elevam a pressão internacional sobre o programa nuclear iraniano.