Em uma reunião que reuniu governadores de nove estados, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, reforçou o apelo por medidas urgentes do governo federal para enfrentar os impactos do chamado tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. O encontro ocorreu na residência oficial do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, em Brasília, e teve como pauta central a busca por alternativas para minimizar os prejuízos econômicos decorrentes da decisão norte-americana.
Jorginho Mello manifestou preocupação com o que considera uma demora excessiva por parte da União em reagir à crise. Segundo ele, o aumento tarifário já está em vigor e ameaça diretamente setores produtivos, especialmente os voltados à exportação.
— O tarifaço já está valendo e não temos nenhuma resposta do governo federal sobre o que será feito. Queremos que a União atue imediatamente para desescalar essa crise, dialogando diretamente com os EUA. Tem que ir lá conversar — afirmou. O governador acrescentou que Santa Catarina possui um plano de contingência, mas prefere aguardar um posicionamento oficial de Brasília para evitar que ações estaduais entrem em conflito com possíveis medidas federais.
Além de reivindicar uma solução diplomática, Mello cobrou atuação firme do Congresso Nacional. Ele pediu que os parlamentares apreciem todas as matérias pendentes que possam contribuir para amenizar os danos econômicos, incluindo a proposta de anistia a determinados setores afetados.
A reunião contou com a presença dos governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Júnior (Paraná), Ronaldo Caiado (Goiás), Wilson Lima (Amazonas), Mauro Mendes (Mato Grosso) e do anfitrião Ibaneis Rocha (Distrito Federal), além do próprio Jorginho Mello. Durante a conversa, os líderes estaduais decidiram que o próximo passo será se reunir com os chefes de seus partidos no Congresso para articular pressão por medidas compensatórias aos segmentos atingidos.
O governador paulista, Tarcísio de Freitas, também se manifestou sobre a gravidade da situação e destacou que a crise tarifária expõe falhas na condução da política externa brasileira.
— Acabamos seguindo um caminho muito ruim, que agrediu um parceiro histórico do Brasil, um dos maiores investidores estrangeiros diretos no país. Precisamos cobrar do governo federal mais energia e agilidade nas negociações — declarou Tarcísio.
O grupo de governadores deixou claro que espera respostas rápidas, tanto na esfera diplomática quanto legislativa, para que a economia brasileira, já fragilizada por outros desafios, não sofra impactos mais severos com a medida adotada pelos Estados Unidos.
