Um empresário americano condicionou a venda da fabricante Fibrebond, avaliada em US$ 1,7 bilhão, à reserva de 15% do negócio para um bônus milionário para 540 empregados. No total, os trabalhadores devem receber US$ 240 milhões, em um modelo de “prêmio de permanência” distribuído por cinco anos.
Na conversão direta real, o valor da transação é de R$ 9,89 bilhões, assim 15% do montante representa R$ 1,48 bilhão. Ou seja, cada funcionário da Fibrebond receberá R$ 2,74 milhões.
Como a Fibrebond chegou a uma venda bilionária
Graham Walker, então CEO da Fibrebond, só aceitou concluir o acordo de compra se a empresa adquirente, a Eaton, preservasse a destinação de parte do valor aos trabalhadores, mesmo sem eles terem ações.
A Fibrebond foi fundada em 1982 por Claud Walker, pai de Graham. A empresa passou por episódios críticos, como um incêndio que destruiu a fábrica em 1998 e uma crise no início dos anos 2000, quando o quadro de funcionários encolheu de 900 para 320.
A virada, ainda de acordo com a publicação, veio após um investimento de US$ 150 milhões para produção de módulos elétricos voltados a data centers, em um setor impulsionado pelo avanço da computação em nuvem e da inteligência artificial.
Por que o ex-CEO reservou 15% para os trabalhadores
Walker afirmou que a condição era “inegociável” e tinha um objetivo direto: reconhecer quem manteve a operação em pé em fases de crescimento, crise e risco de colapso.
Além do aspecto simbólico, a exigência também buscava reduzir o risco de perda de mão de obra depois do fechamento do negócio. Ele temia que, com a troca de controle, parte da equipe deixasse a empresa justamente no período de transição.
Os pagamentos foram estruturados como prêmios de permanência e serão distribuídos ao longo de cinco anos. A média estimada é de US$ 443 mil por trabalhador no período, com valores maiores para quem tem mais tempo de casa, conforme relatado pelo R7 com menção ao Wall Street Journal.
Os trabalhadores começaram a receber, em junho, envelopes lacrados com o valor individual. A reportagem descreve reações de emoção e incredulidade, com funcionários cogitando até que se tratava de uma brincadeira.
Entre os relatos, a funcionária Lesia Key disse que quitou a hipoteca e abriu uma loja: “Antes, vivíamos de salário em salário. Agora eu posso viver”.
A fábrica fica em Minden, na Louisiana (EUA), cidade de cerca de 12 mil habitantes.
Ainda segundo o R7, autoridades locais relataram aumento no consumo e em reformas residenciais após o início dos pagamentos, enquanto beneficiados quitaram dívidas, financiaram estudos ou reforçaram a poupança para a aposentadoria.
Walker deve deixar a empresa ao fim do ano e afirmou esperar que, no futuro, siga recebendo relatos sobre como a iniciativa impactou a vida de ex-colegas.
Fonte:ND +